O Design Inteligente e o Estudo de Epidemias

Ilustração: Ashkan Forouzani /©

Por Michael Egnor

Em um ensaio publicado pela Faculdade de Engenharia da Universidade Carnegie Mellon, “Para prever uma epidemia, a evolução não pode ser ignorada”, Daniel Tkacik (inadvertidamente) faz um excelente ponto sobre a importância da perspectiva do design inteligente para o estudo de pandemias.

Tkacik:

Quando os cientistas tentam prever a disseminação de algo entre as populações – qualquer coisa, desde um coronavírus até desinformação – eles usam modelos matemáticos complexos para fazer isso. Normalmente, eles estudam as primeiras etapas em que a coisa se espalha e usam essa taxa para projetar até onde a propagação vai.

Mas o que acontece se um patógeno sofre mutação ou a informação é modificada, alterando a velocidade com que se espalha? Em um novo estudo publicado na edição desta semana da Proceedings da Academia Nacional de Ciências (PNAS), uma equipe de pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon mostra pela primeira vez a importância dessas considerações.

Os pesquisadores enfatizaram o papel da evolução na compreensão da propagação do vírus:

“Essas mudanças evolutivas têm um enorme impacto”, diz   Osman Yagan, membro do corpo docente do CyLab, professor associado de pesquisa em Engenharia Elétrica e de Computação (ECE) e autor correspondente do estudo. “Se você não considerar as possíveis mudanças ao longo do tempo, estará errado ao prever o número de pessoas que ficarão doentes ou o número de pessoas expostas a uma informação.”

A disseminação de informações

Para modelar o impacto da evolução na disseminação de vírus, os pesquisadores correlacionaram a disseminação viral à disseminação de informações em sistemas projetados:

Em seu estudo, os pesquisadores desenvolveram uma teoria matemática que leva em consideração essas mudanças evolutivas. Eles então testaram sua teoria contra milhares de epidemias simuladas por computador em redes do mundo real, como o Twitter, para a disseminação de informações ou um hospital para a disseminação de doenças.

No contexto da disseminação de doenças infecciosas, a equipe realizou milhares de simulações usando dados de duas redes do mundo real: uma rede de contatos entre estudantes, professores e funcionários de uma escola secundária dos EUA e uma rede de contatos entre funcionários e pacientes de um hospital em Lyon, França.

Os pesquisadores observaram a correlação entre a disseminação viral e a disseminação de informações em redes projetadas de forma inteligente. Eles atribuíram isso à evolução, o que é verdade, mas a evolução relevante está nos sistemas projetados de maneira inteligente.

A Antítese da Evolução Darwiniana

Os pesquisadores concluem:

“Mostramos que nossa teoria funciona em redes do mundo real”, diz o primeiro autor do estudo, Rashad Eletreby, que era aluno de Ph.D. em Carnegie Mellon quando ele escreveu o artigo. 

“Os modelos tradicionais que não consideram adaptações evolutivas falham em prever a probabilidade de surgimento de uma epidemia.”

Embora o estudo não seja uma bala de prata para prever a disseminação do coronavírus de hoje ou a disseminação de notícias falsas no ambiente político volátil de hoje com 100% de precisão – seria necessário que dados em tempo real acompanhem a evolução do patógeno ou as informações para fazer isso – os autores dizem que é um grande passo.

“Estamos um passo mais perto da realidade”, diz Eletreby.

Esses pesquisadores realmente correlacionam a evolução viral com a evolução em sistemas projetados e implicam (estranhamente) que isso demonstra a importância da evolução darwiniana na pesquisa médica. No entanto, esta pesquisa utiliza modelos que são a antítese da seleção natural darwiniana não inteligente. A realidade da qual esses cientistas estão “um passo mais perto” é o fato de que a pesquisa em DI – pesquisa sobre a correlação entre sistemas biológicos e sistemas projetados – é indispensável para a medicina e a biologia. 

Nada na biologia faz sentido, exceto à luz do design.

Nota do tradutor: isso acontece porque mesmo a seleção natural, que é o sucesso reprodutivo diferencial, só acontece em sistemas cibernéticos. Inexiste na natureza puramente material. O sucesso só existe em sistemas formais e a reprodução apenas em sistemas com o último nível de autonomia orgânica possível.


Original: Michael Egnor. Intelligent Design and the Study of Epidemics. March 5, 2020.


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