Por Cornelius Hunter (adaptado)
MicroRNAs são pequenos produtos genéticos de RNA, tipicamente constituídos de 20-24 nucleotídeos, que ajudam a regular a síntese de proteínas, por exemplo, pausando ou interrompendo o processo de tradução ribossômica. Como uma pequena broca que é inserida na ferramenta de perfuração muito maior, os pequenos microRNAs são conectados a uma máquina molecular muito maior que realiza a regulagem. O papel do microRNA é ajudar a máquina molecular a reconhecer o alvo de RNA correto.
Em outras palavras, em vez da célula ter que construir uma grande quantidade de máquinas moleculares diferentes para desempenhar o papel regulador em uma grande quantidade de alvos de RNA, a célula pode construir um tipo mais genérico de máquina molecular e simplesmente anexar as instruções – o microRNA – conforme necessário.
Essa abordagem de design requer a existência dessas duas entidades: a grande máquina molecular e seu pequeno conjunto de instruções. Remova qualquer entidade e esse processo regulatório específico não ocorrerá.
Isso não se encaixa na narrativa evolutiva. De acordo com a evolução, você precisa de um desenvolvimento lento e gradual de projetos, não um “tudo ou nada”. Mas não é de surpreender que a biologia esteja repleta do último caso. E assim, com a evolução, devemos dizer que as diferentes partes aconteceram, talvez servindo a outros papéis, e então, felizmente, elas passaram a trabalhar fantasticamente juntas para alcançar uma nova função.
Os microRNAs são outra descoberta que deve ser ajustada à força na teoria evolucionária. Mas essa complexidade irredutível é apenas o começo do problema. Com os microRNAs, isso só piora.
Um problema completamente diferente que os microRNAs apresentam para a “teoria” evolucionária é que os microRNAs não se encaixam no padrão de ancestralidade comum. Como um artigo recente em Genome Biology and Evolution admitiu:
Não há evidência de conservação de miRNAs entre os grupos filogenéticos , indicando que os sistemas de miRNA evoluíram independentemente em cada linhagem.
Evoluiu independentemente?
Em outras palavras, os microRNAs não se encaixam no modelo evolutivo. A evidência contradiz a teoria. Claro que sempre é possível criar uma explicação. Neste caso, dizemos que os microRNAs “evoluíram independentemente”.
E então, problema resolvido?
Sejamos honestos – isso não é indicado pela evidência. Quando o artigo declara que não há evidência de conservação de miRNAs entre os grupos filogenéticos, “indicando” que os sistemas de miRNA evoluíram independentemente, está simplesmente deturpando a ciência.
Há precisamente zero evidência científica de que microRNAs “evoluíram independentemente”. Zero. Essa não é minha opinião. Isso não é conjectura. Isso é um fato científico.
Os evolucionistas falam muito sobre “fato” científico. Eles insistem que a evolução é um “fato”. Mas vamos ser honestos. O que é um fato científico aqui não é evolução, mas exatamente o oposto. O “fato” é que os microRNAs mostram “nenhuma evidência de conservação”.
Esse fato não “indica” a evolução, contradiz a evolução. Vamos ser honestos. De uma vez.
O artigo encontra ainda outro exemplo dessa falha nos microRNAs em algas marrons. O estudo investigou os microRNAs da espécie Saccharina japonica e comparou-os com microRNAs previamente investigados, incluindo aqueles de diferentes espécies de algas marrons. Suas descobertas foram, como sempre, “surpreendentes”. Os microRNAs das duas espécies de algas marrons eram diferentes. Completamente diferente.
Não houve um único par de microRNAs, entre as duas espécies, que mostrou qualquer sinal de similaridade de sequência estatisticamente significativa.
Curiosamente, os microRNAs das duas espécies geralmente compartilhavam algumas características estruturais e genômicas. Assim, os evolucionistas tiveram que concluir que os microRNAs nas duas espécies evoluíram de um ancestral comum, mas então suas respectivas sequências evoluíram como loucas, deixando um traço zero de similaridade de sequência.
Isto não faz sentido…
Aqui está como o artigo apresentou os resultados:
Surpreendentemente, nenhum dos miRNAs de S. japonica compartilha semelhança de sequência significativa com os miRNAs do Ectocarpus sp.. No entanto, os repertórios de miRNAs das duas espécies compartilham uma série de características estruturais e genômicas, indicando que eles foram gerados por processos evolutivos semelhantes e, portanto, provavelmente evoluíram dentro do contexto de um sistema ancestral de miRNA comum. Esta falta de similaridade de sequências sugere que os miRNAs evoluem rapidamente nas algas marrons (as duas espécies são separadas por ~ 95 milhões de anos de evolução). Os conjuntos de alvos previstos de miRNAs nas duas espécies também foram muito diferentes, sugerindo que a divergência dos miRNAs pode ter tido consequências significativas para a função do miRNA.
“Provavelmente evoluiu dentro do contexto de um sistema de miRNA ancestral comum”? Então, o que significa “dentro do contexto”?
A resposta é que esta é uma frase de efeito sem sentido que mascara o fato de que a evidência contradiz a teoria. É evocativo de “não sabemos do que estamos falando”. Uma descrição mais polida é “fazendo cara de paisagem”. Uma descrição menos educada, mas mais precisa, não será dita aqui.
Agora vou considerar o elefante na sala: por que a evolução está sendo usada para interpretar os resultados em primeiro lugar? A teoria é supérflua. É redundante. É vazia. Não é parcimoniosa. Não tem sentido.
A teoria não faz nada para nos ajudar a entender, interpretar, elucidar, orientar ou formular previsões significativas. Sua única justificativa é ela mesma. Usamos a teoria da evolução para interpretar os resultados porque a teoria é verdadeira. E como sabemos que é verdade? Porque é verdade?
A teoria é auto-referencial. É circular. É famosa por ser famosa.
Os artigos publicados no passado que citam nisso:
- Problema 6: A Biologia Molecular Falhou em Fornecer uma “Árvore da Vida”. Luskin. Jan/2016.
- As Árvores Informacionais da Vida. Eskelsen. Dez/2016.
Original: Cornelius Hunter. MicroRNAs Don’t Fit the Evolution Model. April 4, 2017.
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