Desde que a metafísica de possibilidades foi estabelecida nas ciências naturais, qualquer coisa pode acontecer (menos a inferência ao design). Ao contrário da Ciência normal ‒ que considera todas as causas possíveis, mas respeita limites e tendências das transformações naturais ‒, nesta perspectiva tudo é possível, e por isso essas hipóteses nunca podem ser descartadas (sem ponto de falseabilidade [reserva teórica]).
A consequência natural desse quadro é o salto da necessidade para a suficiência, e isso é tão frequente quanto pode ser. É habitual e não parecerá estranho pra quem acompanha notícias os títulos como “planeta pode abrigar vida”. Isso apenas pela descoberta de água na superfície ou subsolo do planeta.
A água é elemento necessário para a vida, mas não suficiente. O termo “pode” é tão flexível e relativo quanto a metafísica de possibilidades permite. Ainda que o planeta tivesse todos os elementos necessários à vida disponíveis e interagindo, nada disso ainda garante suficiência.
Esse procedimento se repete para cada migalha que pode representar um indício de que as hipóteses estejam corretas, sejam alguns aminoácidos perdidos em impurezas de um meteoro, seja em água congelada em um planeta com variações drásticas de temperatura.
Vemos mais uma vez, como na Ignorância por Evidência, qual perspectiva é fantasiosa e tem distorcido os dados para satisfazer hipóteses irrealistas.
A única possibilidade de tratamento deste problema é a consciência de que ele existe.
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