Por que os Críticos do Design Amam Tanto Ficção?

O blog “Darwin e Deus” na Folha de São Paulo é o reduto de um ativista que vez ou outra ataca o Design Inteligente.

Sobre o texto “Design Inteligente é plágio da ficção científica, diz físico” de Osame Kinouchi Filho, físico, “divulgador científico” e professor da USP de Ribeirão Preto. Publicado na Folha de São Paulo, no blog “Darwin e Deus”, pelo ativista Reinaldo José Lopes.

No texto o autor propõe que o Design Inteligente seja uma ficção e apresenta quatro características:

  • O DI é uma ideia de Ficção Científica (FC);
  • A clivagem que o DI promove não é entre teístas e ateus, pois podemos ter ateus que acreditam em DI e teístas que não acreditam em DI;
  • O DI é compartilhado por espíritas, ufólogos místicos e crentes da New Age, não é exclusividade de cristão e muito menos de protestantes;
  • O DI é apenas uma variante de um conjunto enorme de outras teorias de evolução, e não há indicação de que seja melhor do que o Teísmo Evolucionário do evangélico Francis Collins, pelo contrário.

Repare que em nenhum momento importam metodologias, abordagens, inferências ou qualquer coisa relacionada a ciência, e isso é comum entre os críticos do design. As preocupações são sempre sobre “quem crê”, “quem deixa de crer”, “isso é favorável ao cristianismo ou é desfavorável ao ateísmo”, “essas implicações não são interessantes”, “se eu não sei quem escreveu, não foi escrito” e outra nulidades que não interessam a atividade científica.

O texto é tão vazio de significado que não podemos encontrar qualquer traço da Teoria do Design Inteligente. Ano que vem mesmo uma das principais obras da TDI, The Design Inference (A Inferência ao Design), completa 20 anos da sua publicação. Provavelmente nem o ativista da folha e nem Kinouchi conhecem a obra. Apesar de compor a série “Cambridge Studies in Probability, Induction and Decision Theory” pelo ano de 1998, não é seu sucesso ou fracasso que vem ao caso, nem o estabelecimento definitivo de seu conteúdo (que já foi e pode ser cada vez mais aperfeiçoado ou ampliado), mas a abertura para uma teoria que unificasse todos os métodos de detecção de artificialidade que estão dispersos em vários campos da ciência – uma teoria geral para o design.

A maioria das manifestações nesse sentido são de puro ativismo, por exemplo, o que levaria alguém a classificar uma obra integrante da série da Cambridge de Estudos em Probabilidade, Indução e Teoria da Decisão como religião? Provavelmente não foi baseado no conteúdo do livro, porque nem mesmo a Cambridge retirou da série (inclusive republicou em 2006).

Por que os críticos do design amam tanto ficção? Seria uma necessidade diante da natureza sem criatividade, sem sentimentos, sem consciência ou carente de qualquer habilidade artística?

O restante do texto é tão desinteressante quanto ler a lista telefônica de Nova York. Podemos apenas concluir que o senhor Kinouchi entende bastante de ficção científica.


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