Refutadores do Design II: Jerry Coyne vs Kenneth Miller & Cia

“[D]esign inteligente … não [é] ciência porque não [é] testável pelos métodos da ciência” (National Academy of Sciences 1999:25).

Jerry Coyne e Kenneth Miller. Esses dois nomes são apenas para exemplificação, porque na realidade existem centenas de refutadores contra o Design Inteligente que na maioria das vezes são mutuamente exclusivos. Posteriormente Coyne mudou o discurso, mas chegou a afirmar[1]:

"A teoria de Behe é testável? Bem, não realmente, uma vez que não consiste de afirmações positivas, mas de crítica a teoria evolutiva e declarações solenes que ela é impotente para explicar a complexidade."

Kenneth Miller diz o contrário[2]:

"Uma vez que temos encontrado uma série de flagelos menos complexos, menos complicados, organizados diferentemente, a alegação de que esta é uma estrutura de complexidade irredutível foi refutada com sucesso."

O interessante é que a pseudocrítica nacional usa ambos e, inacreditavelmente, ao mesmo tempo. Isso lembra uma das primeiras postagens do Enézio, quando criou o Desafiando a Nomenklatura Científica, em Janeiro de 2006, Como não criticar o Design Inteligente:

... Além disso, se o DI não é testável e nem falsificável, quem deveria ser veementemente criticado por isso é Kenneth Miller, um biólogo americano, que apresentou o Type III Secretory System (TTSS) como evidência de que o DI está errado.
(...)
Ora, não dá para sair por aí dizendo que o DI não é testável e nem falsificável e depois dizer – nós demonstramos que o DI está errado! Seja lá qual for a crítica ao DI… você não pode assobiar e chupar cana ao mesmo tempo.

Bônus:

"O Design Inteligente é testável, experimentável e falsificável. Por exemplo, William Dembski [um dos principais proponentes de DI] afirma uma 'lei da conservação da informação', que implica que a informação não pode ser gerada por processos naturais. Isso está comprovadamente errado. A informação é entropia negativa e a segunda lei da termodinâmica permite que a entropia dos sistemas em interação com seus ambientes diminua e, assim, aumente a informação naturalmente. Exemplos de 'complexidade irredutível' de Michael Behe, foram igualmente refutada." (Stenger, 2006)[4]

Não sei o que é pior, “informação é entropia negativa”? Boltzmann excluiu explicitamente uma constante negativa de sua definição matemática da entropia física, e esta não pode ser equiparada ou sintetizada com a incerteza “informacional”, fonte-destinação[5]. Essa é a parte da comunidade científica que está contra o Design Inteligente, uma verdadeira balbúrdia! A nacional? Pior ainda.

E eu tenho um recado: A classificação do que é ciência é trabalho filosófico, não cientifico. A pressão sobre as instituições a fim de que elas se manifestem contra a TDI é mera militância ideológica. Não importa quantos manifestos as associações científicas nacionais, internacionais, “intergaláticas” assinem, não tem valor algum.


Referências

“[I]ntelligent design … [is] not science because [it is] not testable by the methods of science” (National Academy of Sciences 1999:25).
National Academy of Sciences (1999). Science and creationism: a view from the National Academy of Sciences. (National Academy Press: Washington, DC.)

“Is Behe’s theory testable? Well, not really, since it consists not of positive assertions, but of criticisms of evolutionary theory and solemn declarations that it is powerless to explain complexity.”
[1] Jerry Coyne. The Great Mutator
http://homepages.wmich.edu/~korista/behe-the_great_mutator.pdf

“Once we have found a series of less complex, less intricate, differently organized flagella, the contention that this is an irreducibly complex structure has been successfully refuted.”
[2] Miller, Kenneth Raymond. Finding Darwin’s God: a scientist’s search for common ground between God and evolution. New York: Cliff Street Books, 1999.
[Livro]

[3] Enézio E. de Almeida Filho. Como não criticar o Design Inteligente. Janeiro de 2006.
http://pos-darwinista.blogspot.com.br/2006/01/como-no-criticar-o-design-inteligente.html

[4] Stenger, V.J.: March, 2006, ‘Supernatural science’, Skeptical Briefs (CSICOP quarterly
newsletter), p. 11 & p. 15.

[5] Abel, David L., and Jack T. Trevors. “Self-organization vs. self-ordering events in life-origin models.” Physics of Life Reviews 3.4 (2006): 211-228.


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