No nosso grupo de discussão sobre o design inteligente, sempre aparece o argumento: “Não foi um processo lento? Então foi feito com uma varinha mágica?”. Esse é um argumento que reflete bem o raciocínio, ou incapacidade de raciocínio, sobre os processos naturais e o problema do design biológico.
Independente do tempo, o design biológico, seja por espécie ou considerando todo o sistema natural, é resultado de algo que está além da nossa capacidade de processamento atual, e temos dificuldades graves com isso como descrevi em Engenharia da Exaustão, por outro lado temos um contraste quando observamos a natureza, uma divida crescente nos termos:
No entanto, a força criativa mais potente que supostamente jamais existiu, essa dos mecanismos evolutivos, é perceptível, sim! Na sua quase completa ausência – engatinhando à margem, participando apenas ocasionalmente, raramente influenciando, nunca fazendo muito pra qualquer consequência real.
A grande verdade que a única mágica que conhecemos mora no desejo de que as coisas tenham acontecido de certa forma, o resto é pura imaginação sem qualquer relação real com a natureza ou, talvez por isso, como diria Behe:
Em outras palavras, a maioria dos relatos evolutivos não inclui detalhes significativos, de modo que não fornecem nenhum conhecimento real.
O filósofo britânico Chesterton exemplifica isso magistralmente no primeiro capítulo de “O Homem Eterno”:
“Mas essa noção de algo suave e lento, como a subida de uma encosta, constitui grande parte da ilusão. É absurdo assim como ilusório, pois a lentidão nada tem a ver com o caso. Um acontecimento não é nem um pouco intrinsecamente mais inteligível ou ininteligível devido ao ritmo em que se desenrola. Para uma pessoa que não acredita em milagres, um milagre lento seria exatamente tão inacreditável quanto um rápido. É possível que a bruxa grega tenha transformado marinheiros em porcos com um toque de vara de condão. Mas ver um general da marinha de nosso círculo de conhecidos parecendo-se cada dia mais com um suíno, até acabar com quatro pés de porco e um rabinho enrolado, já seria motivo de preocupação. Poderia sim ser uma experiência mais misteriosa capaz de causar arrepios. É possível que o bruxo medieval tenha voado pelo ares saltando de uma torre; mas com certeza um cavalheiro idoso caminhando pelos ares, num passeio tranquilo e despreocupado, aparentemente ainda exigiria alguma explicação. No entanto, perpassa todo o tratamento racionalista da história essa ideia curiosa e confusa de que a dificuldade é evitada, ou até mesmo o mistério é eliminado, pela consideração da simples protelação ou de algo que retarde o processo das coisas. Haverá mais a dizer sobre exemplos particulares em outras partes do livro; a questão aqui é a falsa atmosfera de facilidade e despreocupação conferida pela mera sugestão de ir devagar; o tipo de conforto que se pode dar a uma nervosa senhora de idade viajando de carro pela primeira vez.” – G.K. Chesterton. O Homem Eterno.
Tópico que inspirou o post: Design Inteligente :: TDI ®
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