Nota do tradutor: Este texto é de Dezembro de 2017 e apresenta o raciocínio darwiniano clássico em que a ignorância é tomada por evidência de algum caso típico, no caso a evolução convergente em múltiplas instâncias.
Por Cornelius Hunter
Uma das principais revistas científicas do mundo, a Nature, publicou o que parece ser um artigo inovador. O artigo alega ter encontrado evidências para a evolução independente das semelhanças do sistema nervoso em toda a Bilateria. Como o resumo explica:
Nossas descobertas sugerem que as semelhanças no padrão dorsoventral e nas neuroanatomias do tronco evoluíram independentemente na Bilateria.
Ao final do artigo, os autores estão ainda mais confiantes:
Portanto, a expressão dos fatores de transcrição dorsoventral evoluíram independentemente da neuroanatomia do tronco, pelo menos em certas linhagens bilaterianas.
Esta é uma afirmação monumental, mas há apenas um problema: é flagrantemente falsa. As conclusões do artigo não “sugeriram” a evolução, independente ou não, dos padrões de expressão do fator de transcrição. Eles certamente não demonstraram, mostraram ou encontraram uma conclusão tão incrível.
Seria difícil exagerar o quão enganoso é este artigo. Ele fornece literalmente zero evidência para qualquer evolução desse tipo. Nada.
Simplesmente não existe tal evidência científica no artigo. A alegação de que eles descobriram que a expressão de fatores de transcrição dorsoventral evoluíram independentemente em certas linhagens bilaterianas nem sequer está errada.
Sejamos claros sobre isso. Não estou dizendo que a reivindicação deles é fraca. Não estou dizendo que a alegação deles está com algum defeito. Não estou dizendo que eles não apresentaram seu argumento conclusivamente. O problema é que eles não têm nenhum caso.
Não podemos criticar a ciência porque, bem, não há ciência. Para um artigo intitulado “Evolução convergente dos cordões nervosos bilaterianos”, seria de esperar pelo menos algumas evidências e explicações para a evolução dos cordões nervosos bilaterianos.
Infelizmente, artigos como esse informam jornalistas e escritores científicos. Eles relatam que os cientistas descobriram agora outro aspecto da evolução. É mais um exemplo de como a ciência prova a evolução.
De fato, se alguém está procurando uma proposta significativa, o que o estudo encontrou é que as expectativas da evolução — que as semelhanças do sistema nervoso se alinhavam com a árvore evolutiva – se revelaram, como tantas outras previsões da evolução — falsas. Mas isso não se encaixa na narrativa.
Tópicos relacionados:
- A Ignorância por Evidência
- Desde a Necessidade até a Suficiência ‒ Metafísica de Possibilidades
- O Argumento Evolucionário da Ignorância
Original: Cornelius Hunter. Evolutionists: Our Findings Suggest Similarities in Bilateria Evolved Independently. December 22, 2017.
Faça um comentário