A Cibernética é um domínio que abrange toda e qualquer forma de controle, regulação, retroalimentação e comunicação, isso é, sobre manter atividades e responder a mudanças. Talvez o termo “domínio” não seja adequado, mas tenha em mente que todas essas coisas não existem isoladas, elas sempre participam de alguma finalidade.
São relativamente poucos conceitos, mas que formam interações complexas. Então devemos considerar que esses poucos e simples conceitos se desdobram em complexidades difíceis de serem compreendidas.
Por volta de 1940, especialmente motivadas pela Segunda Guerra Mundial, as pesquisas para o desenvolvimento de veículos e armamentos com alimentação, controles e ajustes automáticos se tornaram prioridade. Cada vez mais a tecnologia humana se tornava semelhante aos recursos existentes nos seres vivos. Em 1965, Wiener publica um livro que condensa toda essa experiência: Cibernética: ou Controle e Comunicação em Animais e em Máquinas1, cujo título é uma das definições aceitáveis para a cibernética. Era o desfecho de um trabalho extremamente teleológico. O grupo de cientistas até se denominava como “A Sociedade Teleológica”2.
Em Animais e em Máquinas?
A impressão de que a vida é acidental e inferior as nossas criações desaba na cibernética: a diferença entre máquinas e animais, segundo Wiener, é puramente semântica. Na verdade, a vida é o sistema mais informacional conhecido e não é diferente em termos cibernéticos: não há nada mais cibernético que a vida.
A Cibernética na Prática
Temos o controle como um dos elementos mais fundamentais, a partir dele alcançamos interações mais complexas, como a regulação pra correção e ajuste. A partir disso, no imbricamento dos elementos citados, estabelecemos a retroalimentação: a própria informação da dinâmica do sistema é assimilada para ajuste, controle e regulação das interações. A comunicação, incluindo armazenamento, sinalização e codificação, é a “cereja do bolo” e se torna o coração dos sistemas autônomos mais complexos.
Automatização ou automatismo
O automatismo, neste contexto, é a capacidade de manter atividades ou responder a mudanças sem necessidade de qualquer intervenção. É uma forma de autonomia e também o ápice da engenharia quando consideramos os conhecimentos e esforços necessários para o seu desenvolvimento. Assim a cibernética como conhecemos se tornou possível apenas recentemente na história humana.
Por conta da dinâmica de retroalimentação, a cibernética pode ser usada para explicar não só as maquinarias e seres vivos, mas também a dinâmica social e, em especial, a dinâmica econômica. Por sua abrangência, a cibernética é considerada transdisciplinar.
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[1] Wiener, Norbert. Cybernetics or Control and Communication in the Animal and the Machine. Vol. 25. MIT press, 1965. [2] Robert Vallée. Université Paris-Nord . Sept. 2OO1
(Acessar)
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