Por Casey Luskin
Recentemente publicamos uma réplica ao exagero de Richard Dawkins sobre as evidências moleculares de descendência comum . O artigo citou uma série de casos em que aqueles que usam dados moleculares para construir árvores filogenéticas encontraram árvores conflitantes, dependendo de qual gene está sendo usado para construir a árvore. Outro exemplo notável desse fenômeno comum também foi discutido no mês passado na ScienceDaily.com em um artigo intitulado “Descoberta de aglomerados de genes saltadores emaranham árvore da vida”.
De acordo com o artigo:
Desde os dias de Darwin, a “árvore da vida” tem sido a metáfora preeminente para o processo de evolução, refletindo a gradual ramificação e mudança de espécies individuais. A descoberta de que um grande grupo de genes parece ter saltado diretamente de uma espécie de fungo para outra, no entanto, reforça significativamente o argumento de que uma metáfora diferente, como um mosaico, pode ser mais apropriada.
Centenas de anos atrás, quando os astrônomos ainda mantinham um modelo geocêntrico do sistema solar, eles frequentemente encontravam dados que corriam diretamente contra esse modelo. Às vezes os planetas pareciam se mover temporariamente para trás no que eles chamavam de “movimento retrógrado”. Esses primeiros cientistas explicaram os dados errados inventando o “epiciclo”. Os epiciclos não explicavam nada; eles foram adotados com o propósito de salvar o modelo geocêntrico do sistema solar contra a falsificação. Por fim, os cientistas aceitaram que os planetas não estavam se movendo para trás e perceberam que o modelo geocêntrico do sistema solar estava simplesmente errado. Os planetas orbitavam o sol, não a terra.
Os proponentes da evolução neodarwinista têm seus epiciclos modernos para tentar explicar porque os dados muitas vezes vão contra a hipótese da árvore da vida. Eles têm um mecanismo para explicar o fato de que um grande grupo de genes semelhantes aparece em dois grupos onde o ancestral comum não teria esses genes. Seu epiciclo é chamado de transferência horizontal de genes (THG), também conhecida como transferência lateral de genes (TLG). O artigo explica como os investigadores invocam esse epiciclo comum:
Rokas e Slot descobriram que, milhões de anos atrás, um grupo de 23 genes saltou de uma variedade de mofo comumente encontrada em alimentos ricos em amido, como pão e batatas, o Aspergillus, para outra variedade de mofo que vive em esterco de herbívoros e é especializada em quebrar fibras vegetais, o Podospora.
As descobertas foram uma grande surpresa, já que há poucos casos na história evolucionária recente em que esse tipo de transferência genética entre organismos, conhecida como transferência horizontal de genes, foi relatada em células complexas como as encontradas em plantas, animais e fungos.
É claro que o problema é que, na biologia evolutiva, os dados genômicos que não se encaixam na árvore padrão são tomados como evidência para a transferência horizontal de genes. Como um artigo afirma: “a discordância topológica entre uma árvore genética e uma árvore de referência confiável é tomada como uma instância prima facie (à primeira vista) da TLG [transferência lateral de genes].” (Mark A. Ragan and Robert G. Beiko, “Lateral genetic transfer: open issues,” Philosophical Transactions of the Royal Society B, Vol. 364:2241-2251 (2009).) Parece não haver dados que possam falsificar a árvore da vida: se os dados não se encaixam na árvore, apenas sustente eles com o epiciclo da transferência horizontal de genes.
Assim, quando você segura a árvore da vida com uma mentalidade não científica e infalsificável, os colapsos na árvore da vida tornam-se evidências para a THG. O artigo usa essa mesma lógica para inferir a THG:
Desde a década de 1980, no entanto, os cientistas evolucionistas tornaram-se cada vez mais conscientes de que a transferência horizontal de genes, ou lateral, também desempenha um papel importante na evolução. Na transferência vertical de genes, todo o material genético em cada nova espécie vem de uma única espécie ancestral. Na transferência horizontal de genes, por outro lado, espécies que recebem pedaços de material genético de seus vizinhos que estão diretamente relacionadas a um número de espécies frequentemente não relacionadas.
A transferência horizontal de genes foi descoberta pela primeira vez em bactérias e tem sido reconhecida como amplamente responsável pelo problema da resistência a drogas. Se uma bactéria desenvolve um método para sobreviver a uma droga, essa capacidade pode se espalhar rapidamente para outros microrganismos não relacionados através da transferência horizontal de genes, reduzindo substancialmente a eficácia da droga.
Embora os pesquisadores agora geralmente concordem que a transferência horizontal de genes é relativamente comum entre organismos simples como bactérias, eles continuaram a supor que ela permaneceu relativamente rara entre organismos complexos como plantas e animais.
“O pensamento é que há muito pouca transferência horizontal de genes entre plantas e animais, exceto por alguns grandes eventos antigos e talvez a transferência ocasional de um único gene aqui ou ali”
Slot disse: “Nossa descoberta sugere que a transferência horizontal de aglomerados de genes pode ter desempenhado um grande papel não apenas na evolução das bactérias, mas também em organismos mais complexos”.
Existe alguma maneira de testar a ancestralidade comum universal? Deveria haver, e parece que a árvore da vida não está passando nesses testes. Mas se você simplesmente invocar epiciclos como “transferência horizontal de genes” toda vez que encontrar dados ruins, então você não está tratando a ancestralidade universal comum como uma hipótese científica falsificável.
Original: Casey Luskin. Inconvenient Fungus Genetic Data Leads to Epicycles in the Tree of Life. March 29, 2011.
Faça um comentário