Nota do tradutor: Este texto contém citações a termos como teísta, teísmo, ateísmo, ateus, religião, cristianismo, igrejas (…), que não são comuns no Portal TDI Brasil +. A relevância do trabalho e a pertinência de alguns tópicos em relação a discussões secundárias fizeram aceitável sua publicação aqui. Entendo que a perspectiva de conciliação entre “ciência e religião” é nociva tanto para a ciência, que não deve ser submetida a metafísicas condicionantes, quanto para a religião, que não pode assumir “conhecimentos provisórios” maleáveis ao sabor das revoluções científicas. Em todo caso não devo deixar de anunciar, em um portal exclusivo sobre o assunto no Brasil, uma obra tão completa e elaborada por proponentes da TDI.
Steve Fuller diz no prefácio:
Este é um livro sobre teístas que contestam o lugar da ciência moderna no cristianismo. A acusação colocada à porta dos evolucionistas teístas é que a porta é exatamente onde eles deixam seu compromisso religioso quando entram na “casa da ciência”. Eles fazem isso, mesmo que o peso da evidência de todas as ciências naturais não obrigue a tal conclusão.
Isso certamente é verdade. Mas por que um livro de mil páginas que faz a acusação, o trabalho de não menos de cinco editores, incluindo Stephen Meyer do Instituto Discovery, Ann Gauger e JP Moreland? Fuller continua:
Da cosmologia para a biologia, está ficando cada vez mais claro que o fracasso da ciência em explicar as questões no nível mais fundamental é, pelo menos em parte, devido a uma proibição institucional sobre o Design Inteligente como uma das opções explicativas. Nessas páginas, o “naturalismo metodológico” é o nome pelo que esta proibição recebe, mas pode ser igualmente chamado de “ateísmo metodológico”.
Nota do tradutor: Essa provocação que David Klinghoffer faz, “ateísmo metodológico”, é porque o naturalismo metodológico é tardio, uma espécie de carimbo de propriedade ideológica inútil na ciência que a maioria dos cientistas sequer conseguiriam expressar por desconhecer. São asserções metodológicas negativas irrelevantes que, ainda assim, não eliminariam a inferência ao design [α][β][φ][ψ].
Isso é uma coisa forte e um prazer em ler.
A ciência, em uma variedade de áreas, é pega em um beco escuro em que ela pode escapar de forma óbvia – uma abertura para considerar as explicações de design -, mas isso é amplamente rejeitado antes que a evidência possa ser considerada.
Porque os ateus negariam a possibilidade de design é óbvio. Porque alguns cristãos ou outros crentes religiosos, cientistas ou leigos, fariam isso é outra questão. Seja na ciência, na mídia ou em outras discussões, a negação ateísta é mais facilmente descartada ou, pelo menos, contextualizada por causa de suas motivações transparentes.
Quando os evolucionistas teístas atacam o design, a motivação é qualquer coisa menos clara, e isso é uma fonte constante de confusão tanto para o público quanto para os cientistas. Embora o números deles seja pequeno, os porta-vozes do evolucionismo teísta sem dúvidas semeiam mais confusão do que os ateus, porque os leitores ou os ouvintes assumem que, se as evidências estivessem favoráveis ao Design Inteligente, certamente esses bons ‘crentes’, com uma maneira caracteristicamente piedosa de se expressar, iriam abraçá-lo.
Isso, eu acho, ajuda a explicar a importância e a urgência de abordar essa questão, e de forma considerável. O livro, Theistic Evolution (Evolução Teísta) está disponível na Amazon.
Original: David Klinghoffer. But Why a Thousand-Page Critique of Theistic Evolution? Nov. 2017.
Sobre Evolução Teísta
O debate sobre as origens biológicas continua a ser muito contestado dentro da igreja cristã. Organizações proeminentes como Biologos (EUA) e Faraday Institute (Reino Unido) insistem que os cristãos devem ceder a um consenso científico inatacável a favor da teoria evolutiva contemporânea e modificar idéias bíblicas tradicionais sobre a criação da vida em conformidade. Eles promovem uma visão conhecida como “evolução teísta” ou “criação evolutiva”. Eles argumentam que Deus usou – embora de maneira indetectável – mecanismos evolutivos para produzir todas as formas de vida. Este livro contesta esta proposta. Apresentando duas dúzias de cientistas, filósofos e teólogos altamente credenciados da Europa e América do Norte, este volume fornece a crítica mais abrangente da evolução teísta já produzida.
Ele documenta problemas evidenciais, lógicos e teológicos com a evolução teísta abrindo as portas para alternativas científicas e teológicas, tornando a leitura do livro essencial para se entender esse problema de visão de mundo.
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Muito bom a divulgação do assunto. Quem sabe ganhamos uma tradução para o português. Irei sugerir à Sociedade Criacionista Brasileira.