”Não é amplamente conhecido que Popper deu uma palestra importante na Royal Society em 1986 intitulada “A new interpretation of Darwinism” (Uma nova interpretação do Darwinismo). Ela foi dada na presença com os laureado com o Prêmio Nobel, Sir Peter Medawar, Max Perutz e outras figuras, e ela deve ter chocado sua audiência. Ele propusera uma interpretação completamente radical do neodarwinismo, rejeitando essencialmente a Síntese Moderna ao propor que os organismos mesmos são a fonte dos processos criativos de evolução, e não as mutações aleatórias no DNA. Ele disse que o Darwinismo (mas eu tenho certeza que ele quis dizer neodarwinismo) não era tão errado quanto era seriamente incompleto. Ele viu que a transcrição reversa, que é o process que permite que segmentos do DNA sejam transportados de uma região do genoma através de um RNA intermediário, enfraquece imensamente o Dogma Central. Em particular, ela enfraquece o dogma em justificar a teoria do neodarwinismo desde que ela muda a ideia de um genoma “somente leitura” do neodarwinismo para um genoma de “leitura e escrita”.
Portanto, ele era profundamente desconfiado das manobras e redefinições sofisticadas para proteger da falsificação o dogma. Na sua visão de ciência de “conjecturas e refutações” é melhor reconhecer quando uma versão forte de uma teoria já foi refutada. A versão forte neodarwinista do Dogma Central fora refutada. Mas ele foi além do que isso. Ele viu que a transcrição reversa poderia ser uma das rotas através da qual os processos lamarckistas e reorganização completa dos genomas poderiam ocorrer. Novamente, o filósofo nele queria ver isso reconhecido, não escondido por detrás de uma rede de reinterpretações inteligentes.”
Denis Noble. Dance to the Tune of Life – Biological Relativity. p 199.
Tradução do excerto: Enézio E. de Almeida Filho
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