Plantas (e a tecnologia de coleta de água do ar)
Algumas plantas possuem cabelos minúsculos (microfibras) em suas folhas que servem para recolher água doce do ar. As plantas que vivem em regiões áridas e montanhosas do planeta necessitam desse mecanismo para sobrevivência, mas até então não se sabia exatamente como conseguiam essa façanha. Os cientistas descobriram que as microfibras são responsáveis tanto pelo armazenamento quanto pela liberação de água [1]. Em épocas secas, a água armazenada é liberada para a folha. Essa tecnologia permitirá a construção de um aparelho capaz de coletar a água do ar para aliviar a escassez de água no mundo.
Para as coisas ficarem “menos feias” alguns dos pesquisadores em biomimética tentam imaginar um rigor não observado na natureza pra justificar uma perspectiva evolutiva[2]:
“Eles argumentam que os engenheiros podem aprender muito com o processo mais rigoroso do mundo: a Evolução.” [3]
Dembski, é mencionado na sequência:
“É assim que funciona: encontramos algum sistema surpreendente no reino biológico, determinamos como fazer engenharia reversa, em seguida projetamos e construímos um sistema paralelo para servir as nossas necessidades”, escreveu ele. E ironiza: “Mas, claro, o sistema original evoluiu por ajustes cegos de tentativa e erro … “
Referências:
[1] Ito F, Komatsubara S, Shigezawa N, Morikawa H, Murakami Y, Yoshino K, Yamanaka S. Mechanics of Water Collection in Plants via Morphology Change of Conical Hairs. Applied Physics Letters 2015; 106: 133701.
[2] Mayr, ao fim da vida tem que admitir a realidade : “Como um bom darwinista, é parte da minha religião que nada acontece na evolução sem ter sido autorizado pela seleção natural. Mesmo assim, se nós estudarmos um processo evolutivo, encontramos todo tipo de coisa acontecendo que parece oposta ao conceito de seleção natural. Só que as pessoas não se dão conta de que a coisa mais importante na seleção natural é a eliminação de genes inferiores, não a seleção dos melhores. E essa eliminação é bem menos egoísta que a seleção dos melhores.”
Onde se diz “um processo evolutivo” seria melhor representado por “na perspectiva de um processo evolutivo”.
Mayr então apela para o “ainda não sabemos”, afinal, a teoria não pode estar errada, a realidade que não está colaborando: “Olhe o pavão, por exemplo. Como pode a seleção natural selecionar uma monstruosidade como aquela cauda desajeitada, que o tornaria imediatamente vítima de um predador? A resposta é que o estudo da seleção natural é muito primitivo. “
Claudio Angelo. A Biologia não se Reduz às Ciências Físicas. Folha de São Paulo. Domingo, 04 de julho de 2004.
[3] Entrevista concedida por Marc Weissburg. Taking cues from nature to solve tech problems. Entrevistador: Greg Bluestein. NBC News.com, 2006. Disponível em: http://www.nbcnews.com/id/13421974/ns/technology_and_science-tech_and_gadgets/t/taking-cues-nature-solve-tech-problems/#.Vo-0XrYrI_4
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