A arqueologia é o estudo de artefatos que foram projetados com um propósito. Nossa experiência uniforme sobre as causas inteligentes nos permite fazer inferências sobre design, mesmo que não saibamos a identidade dos projetistas. Em razão dos princípios do Design Inteligente serem usados na arqueologia assim como são usados em outras ciências, qual o problema em aplicar a teoria na biologia?
Novas ferramentas de pesquisa estão permitindo que os pesquisadores questionarem sobre a ação humana inteligente no contexto das civilizações antigas, questionamentos que não eram imaginados antes. Por exemplo, considere uma inscrição cuneiforme numa barra de argila. O foco tem sido usualmente em decifrar a mensagem, mas agora, através de imagens com raio-X, os cientistas poderão estudar a tecnologia que as pessoas de tempos antigos usaram para criar a própria barra. Isso foi explicado num comunicado à imprensa da Western University no Canadá por Paul Mayne, “Redefining Archeological Research”.
Uma dos pontos fortes da Western University é o escaneamento por Tomografia Computadorizada (CT scan), especificamente de objetos até 40 cm de tamanho. O que é perfeito para digitalizar artefatos do tamanho de barras de argila. Com o scanner de microCT da universidade, pesquisadores como Andrew Nelson podem renderizar o exterior como o interior de qualquer objeto.
Com o toque de um botão, o objeto foi escaneado, reconstruído e inteiramente renderizado usando mais de 3.000 imagens individuais, permitindo uma inspeção e visualização de alta qualidade.
Um banco de dados dos artefatos arqueológicos pode assim ficar disponibilizado a pesquisadores de todo o mundo — uma significativa melhora em relação ao armazenamento em depósitos. Falando em depósitos, a universidade projetou isso de forma inteligente também. Em parceria com a McMaster University e com o governo canadense, o Repositório Sustentável Arqueológico (Sustainable Archaeological Repository, SAR, em inglês) da Western University pode armazenar 90.000 caixas de artefatos nas suas instalações de aproximadamente 1.670 m² (18.000 ft²). Digitalizar uma parte dos milhões de objetos catalogados até agora abrirá essas caixas a todo o mundo, possibilitando que “qualquer pessoa em casa acesse” a história da civilização.
Vários aspectos dessa história são interessantes. Primeiro, é claro, é a demonstração que o Design Inteligente já está sendo usado na ciência. Ao contrário do que os críticos do DI na mídia e na academia podem dizer, o DI não é um intruso estranho que certas pessoas com uma “agenda” estejam enfiar na ciência. Ele já está lá — na arqueologia mas também na ciência forense, na criptografia, na biomimética e no SETI. O debate não é se os métodos e as inferências do DI são legítimas, mas sim se os mesmos métodos e inferências são aplicáveis na biologia e na cosmologia.
Bem, por que não? No comunicado à imprensa, o Dr. Neal Ferris, o investigador principal do SAR, percebeu alguns padrões circulares num pedaço de cerâmica. A partir deles, ele foi capaz de inferir a técnica que o projetista usou — inclusive as decisões específicas que o projetista tomou.
"Com os scanners, nós seremos capazes de cortar seções do objeto para ver como eles foram construídos, ver quais materiais foram usados para construí-lo", ele disse. "De qualquer coisa que seja cerâmica, como barras de argila, ou uma vasilha cerâmica, você pode dizer como ele foi construído pela imagem. Parece que haviam movimentos circulares na barra. Isso nos dá pistas sobre as ações efetivas da pessoa e do processo de tomadas de decisão que essa pessoa teve. Isso nos dá uma dimensão singular e pessoal do objeto. "Não é mais um objeto estático, é o produto final de uma série de decisões que esse indivíduo tomou".
O Dr. Ferris pode fazer essa afirmação sobre as decisões do projeto sem saber qualquer coisa sobre a identidade do projetista ou da religião daquela pessoa. E claramente, o próprio Dr. Ferris não tinha nenhum tipo de agenda religiosa em fazer essa inferência. Na verdade, ele acredita que as inferências sobre causas inteligentes poderiam ser expandidas ainda mais:
"Você está escaneando, por exemplo, uma vasilha enterrada a milênios atrás que uma mulher fez num vilarejo, num estilo de vida completamente diferente. Você poderia revelar todo o processo artesanal de construção da peça", ele disse. "Nós vamos continuar escaneando esse tipo de coisa, então imagine o que acontecerá quando nós tivemos 2.000 peças como essa escaneadas. Nós possivelmente seremos capazes de traçar a história de um artesão em particular".
A tecnologia é aplicável a causas naturais e inteligentes, como Nelson deixou claro:
Nelson disse que outras aplicações para o scanner de microCT são possíveis. Por exemplo, ele tem um estudante de pós-graduação interessado em evolução dos primatas e em morfologia facial primata; a equipe de Ciência Terrestre e Planetária está interessada no escaneamento das suas coleções de meteoritos; e um artesão de instrumentos de corda de Sudbury está interessado em escanear violinos para entender o que faz um Stradivarius ser diferente de um outro tipo de violino. "Isso é inacreditável", disse Nelson. "Ter acesso a uma tecnologia como essa, em que nós podemos realmente ir até os limites das imagens no contexto arqueológico, é muito emocionante e vai colocá-la no radar. Existem muitas outras aplicações que nós estamos apenas começando a explorar".
Em resumo, o Design Inteligente está vivo e confortavelmente dentro da ciência; ele está na linha de frente das novas descobertas.
Faça esse experimento mental: se a equipe de Ciência Terrestre e Planetária escaneasse um meteorito e achasse uma mensagem ou uma máquina molecular executando uma função reconhecida, eles estariam justificados em fazer uma inferência ao design?
Postado originalmente no site Universo Privilegiado (e também no Facebook).
Texto traduzido e adaptado de Evolution News & Views.
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